A Central das Associações dos Assentamentos do Alto Sertão Paraibano -
CAAASP, organização que faz parte do Programa Uma Terra e Duas Águas
(P1+2), realizou, nos dias 04,05 e 06 de agosto, no sítio Nambi
município de Poço José de Moura (PB), uma capacitação sobre Manejo de
Sistemas Simplificados de Água para Produção (SISMA).
O evento contou com a participação de famílias que conquistaram a
construção de tecnologias sociais implementadas pelo P1+2 nas
comunidades Silva, Cabaços, Bezerro Amarrado, Lagoa do Exú, Monteiro,
Vaquejador, alto do Seixo, Carretão, Recanto do Caiçara, Nambi, Caiçara,
Casas Velhas e Recanto.
No
SISMA, teoria e prática se complementam. Durante os três dias de
atividades, as famílias conheceram as definições e classificação dos
adubos, solo, construção de composto orgânico, produtos naturais para
controle de pragas e insetos, horticultura e criação de galinha caipira.
Como atividade prática, a capacitação resultou na construção de um
canteiro econômico, o SISMA é uma das atividades que faz parte do
contrato de patrocínio entre ASA e BNDES, para realização do
P1+2.Inicialmente, os agricultores refletiram sobre a importância de
aprender a conviver com o Semiárido, visando o melhor aproveitamento da
terra e dos recursos que esta dispõe, além do armazenamento de água que é
algo fundamental quando se pensa em convivência com a região Semiárida.
“Essa é uma oportunidade de compartilhar o conhecimento técnico ao
saber dos agricultores. O curso auxilia os agricultores quanto às
técnicas de convivência com o semiárido e percebemos uma carência de
assistência técnica. Muita coisa que trago para o curso eles já sabem,
mais é preciso aperfeiçoar, juntar os saberes” afirma Valber Matos, Comunicador Popular da CAAASP.
Com esse pensamento os agricultores atribuíram um significado diferente
às praticas e começaram a entender que através de técnicas simples, é
possível produzir de maneira sustentável, como é o caso das práticas
vivenciadas com a construção do canteiro econômico.
Essas
práticas serão essenciais para as famílias, uma vez que propicionam
aprendizagens significativas. “Eu ja tinha um pouco de conhecimento, mas
a capacitação só veio ampliar o meu conhecimento sobre alimentos
orgânicos e manejo sustentável, pois com a chegada da cisterna calçadão
vamos aumentar a produção . Agora e esperar a chuva e não desperdiçar a
água”, conclui a agricultora e agente comunitária Francisca Mª Duarte do
Rêgo.
Com a chegada das cisternas na região, a agricultora Maria Bezerra do
sitio Vaquejador afirma que “Muita coisa vai mudar na nossa vida,
primeiro recebemos a cisterna para o consumo da casa e deixamos de beber
agua salobra, e agora com essa segunda aguá sera mais importante ainda,
pois será para a produção de alimentos livres de agrotóxicos”,
comentou.
É possível perceber que as reflexões apresentadas durante a formação em
SISMA, fica evidente a importância desses momentos, tendo em vista que a
teoria se consolida na prática, além de compartilhar saberes
fundamentais para a construção de um Semiárido mais digno.